A Comissão da Verdade do estado do Rio de Janeiro criou um Grupo de Trabalho (GT) voltado especificamente para a questão dos grupos econômicos que apoiaram e se beneficiaram financeiramente do regime de exceção implantado a partir do Golpe de Estado de 1964.
Marcos Arruda, que representa o PACS neste GT e na Comissão da Verdade, explica que se trata de “um aspecto crucial”, por ampliar o escopo das investigações sobre a ditadura militar no Brasil entre 1964-1984:
– Não achamos que a missão da Comissão deva se restringir à identificação de responsáveis por crimes contra o direito humano individual apenas, mas também contra outros direitos do nosso povo – socioeconômicos, culturais, ecológicos, disse.
Marcos Arruda vai além e revela as dificuldades que estão sendo encontradas para avançar com as investigações. Um dos exemplos foi da apresentação de um projeto de apoio junto à FAPERJ (Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro), que acabou rejeitado:
– Estamos pesquisando os mesmos atores que hoje concentram um poder econômico e político ainda maior do que no tempo da ditadura que os beneficiou. Os poderosos de hoje parecem não querer colocar em cheque seus aliados na esfera econômico-corporativa.
O GT Grupos Econômicos e Ditadura vem se reunindo semanalmente há seis meses. O resultado da pesquisa será divulgado no segundo semestre de 2014. Até lá, o GT irá realizar seminários temáticos abertos ao público. O primeiro vai ocorrer no mês de Março e será destinado a apresentar o conteúdo político do GT.
A pesquisa realizada pelo GT está realizando abrange os seguintes temas:
1. Evolução patrimonial e organizativa dos grupos multibilionários de 1962-88
2. Complexo industrial-militar
3. A política de endividamento público
4. Imprensa: o caso das Organizações Globo
5. Empreiteiras e o apoio à ditadura
6. O setor de energia e a ideologia de segurança interna, o caso da Light
7. Estado, participação empresarial e reformas administrativas
8. Grupos econômicos, Estados Unidos e a ditadura no Brasil
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