Nota da rede Jubileu Sul Brasil sobre a criminalização de protestos e manifestantes no Rio de Janeiro, Brasil.
A rede Jubileu Sul Brasil surgiu há mais de uma década, no âmbito de intensas mobilizações nas sociedades latino-americanas contra as graves consequências sociais que as políticas do “Consenso de Washington” infligiam aos setores mais pobres dos povos deste continente. A luta contra a dominação via mecanismos de endividamento, externo e interno, foi a força motriz que impulsionou diversos movimentos sociais a resistirem contra os ataques dos mercados financeiros, das grandes corporações, do FMI e Banco Mundial, assim como às tentativas dos governos neoliberais de impor tratados de “livre-comércio”, como a ALCA.
Hoje, diante do que está acontecendo no Rio de Janeiro, com prisões arbitrárias de 19 manifestantes, perseguição policial a dois adolescentes, negação de Habeas Corpus a cinco ativistas e frente ao total de 28 processos de caráter abertamente político-intimidatório contra pessoas que vão às ruas lutar por uma sociedade justa, sentimos mais uma vez a necessidade de vir a público e demonstrar nosso rechaço a esta verdadeira “caça às bruxas” que está sendo realizada pelo Estado brasileiro, em conluio com os mais poderosos meios empresariais de comunicação de massa.
Nossas sociedades viveram momentos sombrios ao longo do século XX, com ditaduras militares que violavam direitos humanos, incluindo o direito à liberdade de expressão, à livre associação e ao dissenso, na expectativa de assim evitar a disseminação de ideias tidas como perigosas pelos regimes autoritários. Trata-se de um passado que infelizmente não foi deixado para trás por completo: a crescente militarização voltada para garantir os interesses do mercado e a perseguição política daqueles que discordam do modelo de desenvolvimento capitalista representam um vergonhoso vínculo de continuidade entre o presente momento e os piores episódios ditatoriais de nossa História.
A luta contra o neoliberalismo não se resume apenas à economia. E nem poderia ser diferente, visto que o avanço dos mercados sempre é acompanhado pelo avanço das forças repressivas, da criminalização dos movimentos sociais e da militarização cada vez maior de nossas sociedades. Por isso, a rede Jubileu Sul Brasil sempre teve como eixos centrais a denúncia das dívidas, por um lado e, por outro, a resistência contra a criminalização daqueles que ousam lutar por um mundo diferente, centrado na vida e não nos lucros das elites nacionais e internacionais. Sempre dissemos “não devemos, não pagamos”, assim como “não nos calamos”, mesmo diante de pressões, intimidações e até mesmo perseguições sistemáticas praticadas pelos Estados e por agentes privados contra militantes e comunidades que resistem à lógica do capital.
O fato de termos novamente cidadãos brasileiros em busca de asilo político em representações diplomáticas de outros países é mais um dos vínculos com um passado que deveríamos superar, mas de maneira alguma esquecer. Em 1964, o golpe militar no Brasil inaugurou uma triste era de ditaduras militares no Cone Sul. Hoje, a militarização desenfreada e a criminalização dos movimentos sociais no Rio de Janeiro e no resto do país abre novo e preocupante precedente para os povos da América Latina. Diante disso, exigimos a libertação imediata dos ativistas presos, a anulação dos processos (repletos de ilegalidades já denunciadas), um pedido de desculpas formal por parte das autoridades e dos meios de comunicação, a punição aos delegados e promotores envolvidos nesta kafkaniana farsa processual e, mais importante, a garantia de que as liberdades democráticas duramente conquistadas pelos povos latino-americanos sejam de uma vez por todas respeitadas no Brasil e nos demais países deste continente.
Toda nossa solidariedade também às companheiras da OFRANEH, de Honduras, que estão sendo violentamente perseguidas pelas forças de repressão do governo golpista hondurenho e por grupos paramilitares a serviço de grandes interesses empresariais. Espelhos de duas realidades que se entrelaçam. E que não podem mais continuar.
Não devemos, não pagamos!
Não nos calamos!
Liberdade aos presos políticos já!
Rio de Janeiro, 22 de Julho de 2014.
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(castellano)
Nota de la Red Jubileo Sur Brasil sobre la criminalización de protestas y manifestantes en Río de Janeiro
La Red Jubileo Sur Brasil ha surgido hace más de una década, en el ámbito de intensas movilizaciones en las sociedades latinoamericanas en contra las graves consecuencias sociales que las políticas del “Consenso de Washington” infligian a los sectores más pobres de los pueblos de este continente. La lucha contra la dominación vía mecanismos de endeudamiento, externo y interno, fue la fuerza motriz que impulsó distintos movimientos sociales a resistir em contra los ataques de los mercados financieros, de las grandes corporaciones, del FMI y el Banco Mundial, así como a las tentativas de los gobiernos neoliberales de imponer tratados de “libre comercio” como el ALCA.
Hoy, ante de lo que ocurre en Río de Janeiro, con las detenciones arbitrarias de 19 manifestantes, persecución policial a dos adolescentes, negación de Habeas Corpus a cinco activistas y frente al total de 28 procesos de carácter abiertamente político-intimidatorio en contra de las personas que van a las calles luchar por una sociedad justa, sentimos una vez más la necesidad de venir a público demostrar nuestro rechazo a esta verdadera “caza a las brujas” que está siendo empezada realizada por el Estado Brasilero, en complot con los más poderosos medios de empresas de comunicación de masa. Nuestras sociedades han vivido momentos sombrios a lo largo del siglo XX, con las dictaduras militares que violaban derechos, incluso el derecho a la libertad de expresión, a la libre asociación y al disenso, en la expectativa de así evitar la diseminación de ideas consideradas peligrosas por los regímenes autoritarios. Tratáse de un pasado que, infelizmente, no ha sido quedado para trás por completo: la creciente militarización para garantizar los intereses del mercado y la persecución política de aquellos que nos están de acuerdo con el modelo de desarrollo capitalista representan un avergonzante vínculo de continuidad entre el presente momento y los peores episodios ditactoriales de nuestra Historia.
La lucha contra el neoliberalismo no se resume solamente a la economía. Tampoco podría ser diferente, a la vez que el avance de los mercados siempre es acompañado por el avance de las fuerzas represivas, de la criminalización de los movimientos sociales y de la militarización cada vez mayor de nuestras sociedades. Por ello, la Red Jubileo Sur Brasil siempre tuve como ejes centrales la denuncia de las deudas, por un lado y, por otro, la resistencia contra la criminalización de aquellos que osan luchar por un mundo diferente, centra en la vida y no en las ganancias de las elites nacionales y internacionales. Siempre decimos: “no debemos, no pagamos”, así como “no nos callamos”, mismo delante de presiones, intimidaciones y hasta mismo persecuciones sistemáticas practicadas por los Estados y por agentes privados contra militantes y comunidades que resisten a la lógica del capital. El hecho de termos otra vez ciudadanos brasileros en búsqueda de asilo político en representaciones diplomáticas de outros países es más uno de los vínculos con un pasado que deberíamos superar, más de ninguna manera olvidar. En 1964, el golpe militar en Brasil inaguró una triste era de dictaduras militares en el Cono Sur.
Hoy, la militarización desenfreada y la criminalización de los movimientos sociales en Rio de Janeiro y en restante del país abre nuevo y preocupante precendente para los pueblos de América Latina. Ante eso, exigimos la liberación inmediata de los activistas detenidos, la anulación de los procesos (repletos de ilegalidades ya denunciadas), un pedido de disculpas formal por parte de las autoridades y de los medios de comunicación, la punición a los delegados y promotores involucrados en esta kafkaniana farsa procesual y, lo más importante, la garantía de que las libertades democraticas duramente conquistadas por los pueblos latinoamericanos sean de una vez por todas respetadas en Brasil y en los demás países de este continente.
Toda nuestra solidaridad, además, a las compañeras de OFRANEH, de Honduras, que están siendo violentamente perseguidas por las fuerzas de represión del gobierno golpista hondureño y por grupos paramilitares al servicio de grandes intereses empresariales. Espejos de dos realidades que entrelazan. Y que no pueden más seguir.
No debemos, no pagamos!
No nos callamos!
Libertad a los detenidos políticos yá!
Rio de Janeiro, 22 de julio de 2014.
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