Camille Chalmers vem ao Brasil participar de discussão sobre a ocupação militar no Haiti

A pouco mais de duas semanas para a realização da reunião do Conselho Nacional da ONU que discutirá a  permanência ou retirada das tropas estrangeiras que ocupam o Haiti , o haitiano Camille Chalmers, uma das principais vozes da resistência às ações da Missão das Nações Unidas para a estabilização no Haiti – Minustah, estará no Brasil para falar sobre o tema. Camille que é coordenador da Plataforma Haitiana de Ação por um Desenvolvimento Alternativo  – PAPDA e integrante da Rede Jubileu Sul estará na mesa de abertura do Seminário Economia Política contemporânea, Estado e crises que acontece às 18h desta terça-feira (30)no Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ. O endereço é Largo São Francisco de Paula, nº 1, Centro -Rio de Janeiro. O seminário segue até e até quinta (02). As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas no local. 

Foto: Desinformemonos

Violação de direitos humanos e da soberania política do Haiti é liderada pelo Brasil

Desde a implantação da Missão em 2004, 20 contingentes de tropas, totalizando mais de 20 mil militares brasileiros, já passaram pelo Haiti. Além do Batalhão Brasileiro (Brabat), a parte brasileira da missão mantém 177 engenheiros da Companhia de Engenharia da Força de Paz (Braengcoy), responsáveis pela mobilidade das tropas e pelo mapeamento para obras de infraestrutura. Com esse cenário o Brasil é o país com o maior número de soldados na ocupação e lidera as ações militares. O Batalhão também representa o maior contingente militar do Brasil em terras estrangeiras.

No próximo dia 15 de outubro,  o Conselho de Segurança da ONU se reunirá para discutir a continuidade da Missão das Nações Unidas para a estabilização no Haiti (MINUSTAH). Integrada por vários países e liderada pelo Brasil, a MINUSTAH completou dez anos de ocupação no país em maio de 2014 sendo alvo de crítica de movimentos sociais e da população local. Lideranças locais enumeram problemas causados pela ocupação do território haitiano. Entre as denúncias de violações de direitos humanos provocadas pela missão da ONU, destacam-se a epidemia de cólera que se alastra no país e já matou mais de 8.300 pessoas, a violência sexual contra mulheres e homens pelos soldados da Minustah, repressão às manifestações populares, além do desrespeito à soberania política do país.