Nos dias 18, 19 e 20 de abril, os moradores de Santa Cruz, na zona oeste do Rio de Janeiro, bairro que desde 2006 sofre com os impactos socioeconômicos e ambientais causados pela instalação da TKCSA às margens da Baía de Sepetiba, receberam moradores de Piquiá de Baixo, povoado do município de Açailândia, no Maranhão durante o intercâmbio de experiências de comunidades impactadas pela indústria da mineração e siderurgia, organizado pelo Instituto Políticas Alternativas para o Cone Sul (PACS), pela Justiça nos Trilhos e Justiça Global.

O que liga essas duas comunidades? O poder devastador da Vale S.A, empresa brasileira do ramo da mineração, a segunda maior do mundo e considerada a pior empresa corporativa em 2012. Em Santa Cruz, a Vale é diretamente responsável pelos danos que há sete anos atormentam a população do bairro. Desde os casos de aumento de doenças respiratórias pelas emissões de pó de prata, à redução drástica de peixes da Baía, interferindo no sustento e no trabalho de mais de oito mil pescadores artesanais. Impactos que também atingem os moradores de Piquiá. As trezentas famílias que vivem no povoado estão cercadas por cinco siderúrgicas. Há 22 anos degradando o meio ambiente, os empreendimentos da empresa no eixo Carajás passaram por cima dos direitos dos moradores, que foram obrigados a sair do seu local de origem. As famílias de Piquiá conseguiram a promessa de  ser realocadas, e o projeto já está em andamento. Mas a luta não para por aí.

Entre os logros do intercâmbio, o compartilhamento das esperanças e a alegria para fortalecer as lutas de ambas as comunidades. A fé de que a união entre os moradores das duas localidades pode superar os obstáculos, intensificando a resistência contra a empresa, e a esperança de que a vida é e sempre será acima do lucro e da ganância do capital.

Confira abaixo um pouco do que aconteceu durante os três dias: