A Copa do Mundo de 2014 ainda se aproxima do pontapé incial, mas os custos do Mega Evento já estão sendo sentidos. Além das remoções forçadas, criminalização da dissidência política e outras violações de Direitos Humanos, as brasileiras e brasileiros também já podem sentir no bolso o impacto da Copa do Mundo sobre o orçamento público de estados, municípios e do governo federal.
O prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, declarou publicamente que precisaria cortar verbas da educação para finalizar as obras do Estádio do Mineirão, do Aeroporto de Confins e a reforma de hotéis de luxo. Infelizmente, não foi um caso isolado.
Diante dessa situação, o PACS está realizando um novo estudo sobre o financiamento à Copa do Mundo de 2014, um ano após divulgar o estudo “Na Sombra dos Mega-Eventos“, em parceria com a organização Justiça Global. Agora, encomendamos o estudo à André Augustin, mestre em economia pela UFRJ, para que aprofunde a análise sobre os custos da Copa. O objetivo é saber quem está pagando e quem está se beneficiando com o Mega Evento esportivo.
“As contas do Ministério do Esporte estão erradas”, afirma André. “Os números da última tabela da Matriz de Responsabilidades” não foram atualizados, se você somar tudinho, a conta não bate”, diz. O economista chegou a tirar uma foto congelada (screen shot) do Portal de Transparência da Copa para mostrar que havia erro nas planilhas. “É uma diferença pequena, mas o suficiente para desconfiarmos da matemática (e das promessas) do governo. No estudo teremos a oportunidade de explorar ainda mais as contradições envolvendo o financiamento para a Copa do Mundo”.
O estudo será lançado em Abril de 2014, em versão impressa e digital, no site do PACS.
Outras irregularidades, como obras e programas que são anunciadas como destinadas à Copa em orçamentos estaduais ou municipais – mas ausentes da Matriz de Responsabilidade do Governo Federal – também serão abordadas no estudo.
“O governo atualmente admite que a Copa de 2014 custará R$25 bilhões, muito além dos 10,6 bilhões anunciados em 2007, que já tornariam essa Copa a mais cara da história”, diz o economista. Mas o estudo encomendado pelo PACS questiona essa número. “Até agora, já é possível contabilizar um custo total de R$ 33 bilhões, apenas com os dados oficiais disponíveis, incluindo as renúncias fiscais, financiamentos do BNDES e outras formas de investimentos públicos”, explica André, que acrescenta: “ao contrário das promessas iniciais sobre os investimentos privados, hoje 97,6% desses gastos são cobertos com recursos oriundos dos cofres públicos”.
O Portal de Transparência da Copa pode ser acessado no seguinte link:
http://www.portaltransparencia.gov.br/copa2014/home.seam
Por: Equipe PACS – 04/04/2014
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