Martha Trindade, que faleceu em agsto em decorrência de uma parada cardiorrespiratória, foi homenageada ontem em cerimônia na UFRJ, junto com outro(a)s militantes em prol dos Direitos Humanos.
Largo de S. Francisco, Rio de Janeiro – Diversas organizações de luta por Direitos Humanos, em conjunto com movimentos sociais, sindicatos e partidos de esquerda, realizaram ontem à noite, no centro do Rio, um ato em comemoração do Dia Internacional dos Direitos Humanos. A data marca os 65 anos da proclamação da Declaração Universal dos Direitos Humanos pela Assembléia Geral das Nações Unidas (ONU), em 10 de Dezembro de 1948. No ato, que estava marcado para a praça em frente ao Instituto de Filosofia e Ciências sociais da UFRJ e foi transferido para o salão nobre do prédio por conta da chuva, foram homenageados diversos lutadores sociais de nossa cidade e Estado.
A moradora de Santa Cruz, Martha Trindade, foi uma das homenageadas. Ela faleceu em agosto deste ano, vítima de uma parada cardiorrespiratória que resultou de diversas complicações de saúde que ela vinha sofrendo nos últimos meses. Após ser medicada pela UPA e mandada de volta para casa por mais de uma vez, “Dona Marta” – como era chamada – foi levada às pressas para o Hospital Pedro II, no bairro onde morava, mas não resistiu.
Dona Marta é uma antiga militante da área da saúde, estando envolvida em movimentos de democratização e melhoria da saúde pública no Estado do Rio de Janeiro há décadas. Mais recentemente ela era uma das lideranças mais destacadas da resistência contra a instalação e abusos cometidos pela siderúrgica TKCSA, em Santa Cruz, Zona Oeste da cidade. Foi uma das primeiras pessoas a denunciar a caída da “chuva de prata” sobre seu bairro e também sobre a Baía de Sepetiba. Dona Martha reagiu às violações e intimidações que sofreu da empresa e do Estado, seguindo até seus últimos dias como uma das mais ativas participantes e incentivadora de seus vizinhos para que se engajassem na campanha PARE TKCSA.
A cerimônia de homenagens no IFCS deu-se em meio à falas de saudação das organizações e forças políticas ali presentes. Todo(a)s os que usaram o microfone foram unânimes em considerar que nos marcos do capitalismo nunca obteremos respeito aos Direitos Humanos, pois trata-se de um sistema baseado em exploração e controle da classe trabalhadora e grupos, setores e segmentos oprimidos da sociedade. A família de Dona Marta estava presente e recebeu dos organizadores um diploma e flores em homenagem à brava lutadora de Santa Cruz.
Dona Martha: Presente!
PACS 11/10/2013
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