A Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) recebe, de 14 a 25 de julho, a exposição fotográfica Baía de Sepetiba e Santa Cruz: em busca de um futuro legal, uma iniciativa do Instituto Políticas Alternativas para o Cone Sul (PACS) com o apoio da Fundação Rosa Luxemburgo e da Justiça Global. Os sete painéis do fotógrafo e midiativista André Mantelli estão expostos no primeiro andar da escola. “A Baía de Sepetiba é Rio de Janeiro também, ainda que a propaganda da cidade só foque na Zona Sul. Queremos chamar atenção para um pedaço de riqueza do Rio de Janeiro que está sendo destruído ao longo dos anos. Como bem falou André Mantelli, a cidade maravilhosa não é maravilhosa sem suas maravilhas”, afirma a técnica do PACS, Karina Kato.
Situada no bairro de Santa Cruz, no Rio de Janeiro, a Baía de Sepetiba vem historicamente sofrendo com a degradação de seu ecossistema, vítima da ação de um modelo desenvolvimentista que desrespeita moradores e meio ambiente. Na década de 1980, além da instalação do Porto do Itaguaí, a região foi afetada pelo vazamento de metais pesados da Companhia Ingá Mercantil, que teve impactos drásticos sobre a sua atividade pesqueira, agrícola e turística da localidade.
Os problemas foram acentuados com a instalação da ThyssenKrupp Companhia Siderúrgica do Atlântico (TKCSA) em 2005. Empreendimento da Vale e da ThyssenKrupp, a TKCSA é responsável pelo aumento de 76% da emissão de gases de efeito estufa na cidade do Rio de Janeiro. Sem licença ambiental desde 2010, o funcionamento da siderúrgica é garantido por acordos assinados junto a órgãos ambientais do estado.
Impactos
Morador da região há 70 anos, o pescador Ozéas Quintanilha recordou as transformações que vem sofrendo a Baía de Sepetiba ao ver sua foto em um dos painéis da exposição. “Essa foto me faz lembrar muitas coisas. Ali era o rio onde eu bebia água e agora é uma vala. Ao mesmo tempo em que me dá alegria porque estão divulgando o que está acontecendo lá, me dá tristeza ver o rio daquela maneira. O desenvolvimento é bom, mas não dessa forma. Fico triste de ver isso acontecer em minha terra”, disse.
As mudanças também são percebidas pelas novas gerações. “Antes de a TKCSA chegar em Santa Cruz meu pai me levava para andar de barco. Eu gostaria de andar novamente e ver aquela beleza que havia antes. Se a TKCSA continuar com a poluição que está hoje, amanhã vamos sofrer muito mais que nossos pais. Nós precisamos lutar para ter um futuro bom, ter um meio ambiente melhor do que estamos tendo agora”, disse Aliane Elizia, de 14 anos.
Exposição itinerante
Após a exibição na Fundação Oswaldo Cruz, a exposição Baía de Sepetiba e Santa Cruz: em busca de um futuro legal seguirá de forma itinerante para outros lugares do Rio de Janeiro.
Fonte: Escola Politécnica Joaquim Venâncio/Fiocruz, com informações do site paretkcsa.blogspot.com.br
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